22 de abril de 2010

Na cadência do samba

O ano era 1941 quando Ataulfo Alves gravou pela primeira vez uma canção de sua autoria: Leva, meu samba / Meu mensageiro / Este recado / Para o meu amor primeiro... A partir de então, sua voz invadiria as rádios e se tornaria sinônimo de samba. E que sambas...

Nascido numa pequena cidade mineira em 2 de maio de 1909, era filho de um conhecido violeiro da região. Ainda jovem se mudou para o Rio de Janeiro, tornando-se ajudante de farmácia. Nada que o impedisse de, após o batente, ficar horas em rodas de samba no bairro do Rio Comprido, onde morava.

Aos poucos começou a levar as composições a sério. Até que chamou a atenção de Almirante e de Carmen Miranda, que gravaram algumas de suas músicas. Definitivamente entrava no mundo artístico. Havia quem o comparasse a Noel Rosa.

Homem charmoso e educado, levava elegância às suas músicas. Os sucessos surgiam: Laranja Madura, Oh! Seu Oscar, Atire a Primeira Pedra. Uma outra, composta com Mário Lago, deixa as feministas de cabelo em pé até hoje: Amélia. Sob críticas, justificava: “Amélia é compreensão, é ternura, é vida. Ela simboliza a companheira ideal, que luta ao lado do marido, sem exigir o que ele não pode lhe dar”.

No início dos anos 1950 uniu-se a cantoras – que chamava de pastoras – e percorreu o País em apresentações. As composições não parariam. Seriam 320 na carreira. Só interromperia as atividades após descobrir um grave problema de saúde, decorrente de uma úlcera. Morreu em 1969, pouco antes de completar 60 anos. Sem cumprir um desejo expresso em outro retumbante sucesso: Quero morrer numa batucada de bamba / Na cadência bonita do samba.

Um comentário:

Anônimo disse...

Demora mas aparece. Vc tem formspring? Divulga aqui pra gente...