14 de junho de 2008

Música de museu

“Não há, ó gente, ó não, luar como este do sertão...”.

“Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro...”

“Moro num país tropical, abençoado por Deus...”.

Os versos acima são de canções incríveis, feitos por grandes compositores da popular música brasileira (Catulo da Paixão Cearense, Ary Barroso e Jorge Ben, respectivamente). Mas de tão tocadas, executadas, declamadas – e qualquer outra coisa que termina em “ada” -, cansou. Aliás, não é bem que cansou. É além disso. Tais músicas conquistaram tanta importância que não há mais sentido de serem executadas em bares ou festas. É o dejavù do dejavù. É como se, num debate sobre artes plásticas, alguém chegasse para analisar o olhar da Monalisa.

E essas canções são a Monalisa da nossa música. Como há diversas outras, que deveriam ser guardadas num museu e apenas lá serem mostradas. Justamente por serem valiosas, mas não terem mais efeito à sensibilidade.
OK, a Monalisa é muito legal. Mas me mostra o próximo quadro.

2 comentários:

Marcos Lauro disse...

E aí, Brunovski.

Acabamos de perder Jamelão. Ia escrever algo no meu blog, mas você é uma pessoa mais indicada. Aguardo seu texto.

Um abraço!

Anônimo disse...

Hoffmann,
Desculpe incomodá-lo, mas você esqueceu de uma música.
"Caza caza caza sport sport sport".
abs