21 de julho de 2007

Ataque histérico coletivo

Há alguns meses se iniciou uma campanha para a escolha das sete novas maravilhas do mundo. Não entendi direito sobre o que se tratava, qual instituição estava organizando a disputa e quais eram os outros concorrentes. Esqueci o assunto. De repente – “e não mais que de repente”, como diria o poeta – houve uma semi-comoção nacional para a escolha do Cristo Redentor. Um daqueles ataques de ufanismo burro e sem propósito tão comum por estas terras. Colocaram a bonita estátua acima do Corcovado, inclusive, a frente de verdadeiras obras para a humanidade, como o Taj Mahal e Macchu Picchu. E, logo depois, começaram os jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. E este é o tema desta postagem.

Mal assisti às disputas pela tevê. Mas, o pouco que vi, foi irritante. Aquele povo que pouco conhece esportes, mulheres de classe média que não sabem o que acontece além dos seus quintais, homens jovens a beira de um ataque histérico. Todos nas arquibancadas “mostrando sua brasilidade” e torcendo como loucos (“loucos” é eufemismo) para esportes tão populares como o badminton, a esgrima e o pólo aquático.

“Brasil, Brasil, Brasil”, brada a torcida. Choram, se emocionam, idolatram atletas os quais nunca ouviram falar na vida e que só vão saber que ainda existem se estiverem nas Olimpíadas de Pequim.

O fato é: brasileiro não sabe ser torcedor – como os argentinos sabem, por exemplo. Vivem apenas de emoções artificiais e pontuais, quando vêem uma camisa amarela na quadra ou no campo. Não se importam com a falta de estrutura esportiva do País, com o indício de roubalheira de boa parte das confederações esportivas, com mais nada que esteja alheia àquela disputa. Eles amam os atletas brasileiros, apenas isto.

A mesma coisa aconteceu quando a seleção mais chata da história conquistou a Copa América, na Venezuela. Um técnico inexperiente e prepotente ao mesmo tempo, quatro volantes no lugar que deveria haver ao menos dois craques e um tal de Robinho que joga menos do que o Galvão Bueno pensa. Ganhou? Ganhou. Mas e daí? Uma vitória com esses ingredientes indigestos não trazem alegria alguma. Mas é a chance de muitos voltarem a gritar, como acontece comumente neste Pan-Americano: “Ahhhhh, sou brasileirooooooooooooooo”. Apesar do “muito orgulho" e o "muito amor” serem completamente efêmeros.

2 comentários:

Anônimo disse...

E a imprensa? Eu não ouvi falar nada sobre o complexo do alemão durante esta temporada esportiva (tema onipresente nateriormente). Vc ouviu?

Liginha disse...

Gostei mto do texto, apesar de encontrar um quê de suas ranzizices internas nele, rs...

Escreva mais, menino!
Bjão.