
Por falar em pote até aqui de mágoa, me lembro de algumas músicas do Chico (afinal, este é um blog musical; por força das circunstâncias o Corinthians se fez presente). Ele cantou para o povo, cantou para a massa, cantou para amenizar desesperos, cantou a favor dos injustiçados, cantou para alentar esperanças. E, agora, nenhum outro grupo social se enquadra mais neste perfil do que a torcida corintiana. Há pouco começou a tocar “Cordão” no rádio. No campo da idealização, imagino a torcida, como numa corrente, cantando no Estádio Olímpico antes da partida: “Eu não vou desesperar/ Eu não vou renunciar/ Fugir/ Ninguém/ Ninguém vai me acorrentar/ Enquanto eu puder cantar/ Enquanto eu puder sorrir/ Ninguém/ Ninguém vai me ver sofrer/ Ninguém vai me surpreender/ Na noite da solidão/ Pois quem tiver nada pra perder/ Vai formar comigo o imenso cordão”.
E que esse cordão contagie os jogadores. Que a bola estufe a rede de Sajas. Que o Felipe continue sendo o Felipe. Que o Vampeta tenha nascido quatro anos a mais do que em sua certidão. Que Lulinha seja um jogador de R$ 50 milhões. Que Dualibs e Kias da vida, que inventaram de inventar toda a escuridão, sejam esquecidos. Que os jogadores tenham precisão de flecha e folha seca. Vamos, Corinthians. Domingo, coincidentemente o dia nacional do samba, é a hora da minha gente sofrida ver a banda passar cantando coisas de amor. Um samba do grande amor.