
Mal assisti às disputas pela tevê. Mas, o pouco que vi, foi irritante. Aquele povo que pouco conhece esportes, mulheres de classe média que não sabem o que acontece além dos seus quintais, homens jovens a beira de um ataque histérico. Todos nas arquibancadas “mostrando sua brasilidade” e torcendo como loucos (“loucos” é eufemismo) para esportes tão populares como o badminton, a esgrima e o pólo aquático.
“Brasil, Brasil, Brasil”, brada a torcida. Choram, se emocionam, idolatram atletas os quais nunca ouviram falar na vida e que só vão saber que ainda existem se estiverem nas Olimpíadas de Pequim.
O fato é: brasileiro não sabe ser torcedor – como os argentinos sabem, por exemplo. Vivem apenas de emoções artificiais e pontuais, quando vêem uma camisa amarela na quadra ou no campo. Não se importam com a falta de estrutura esportiva do País, com o indício de roubalheira de boa parte das confederações esportivas, com mais nada que esteja alheia àquela disputa. Eles amam os atletas brasileiros, apenas isto.
A mesma coisa aconteceu quando a seleção mais chata da história conquistou a Copa América, na Venezuela. Um técnico inexperiente e prepotente ao mesmo tempo, quatro volantes no lugar que deveria haver ao menos dois craques e um tal de Robinho que joga menos do que o Galvão Bueno pensa. Ganhou? Ganhou. Mas e daí? Uma vitória com esses ingredientes indigestos não trazem alegria alguma. Mas é a chance de muitos voltarem a gritar, como acontece comumente neste Pan-Americano: “Ahhhhh, sou brasileirooooooooooooooo”. Apesar do “muito orgulho" e o "muito amor” serem completamente efêmeros.